quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Luluzinha e Bolinha

Assim como a Turma da Mônica, Menino Maluquinho, Disney e outros personagens de quadrinhos, Luluzinha e Bolinha não só estão há décadas em circulação (e portanto são conhecidíssimos) como também passaram por muitas mídias e repaginações: desenhos animados, versões em mangá etc. Mas, assim como virtualmente todo personagem de quadrinho que vai para outros rumos, sua melhor versão continua sendo a original — ou melhor, a "evolução" de sua versão original: Luluzinha foi criada em 1935, pela americana Marjorie "Marge" Henderson Buell (essa moça segurando na foto uma simpática boneca de sua famosa criação) para ser uma espécie de sucessora de Pinduca (Henry, no original), o garotinho mudo que causou sensação nos quadrinhos dos anos 1930. Lulu, então, começou muda, de traço mais diferente e "rechonchudo", sem os amigos a que nos acostumamos. Aos poucos foi adquirindo sua identidade e suas principais marcas, principalmente no período em que seu artista-chefe foi o mítico John Stanley.

No Brasil, os amigos Lulu Palhares e Bolinha (Tubby, em inglês) França — cujos sobrenomes originais são respectivamente Moppets e Tompkins — sempre gozaram de grande popularidade. Houve até produção nacional de suas histórias, pois a carência por material novo era tanta que foi preciso arregimentar também esforços brasileiros para suprir os anseios dos leitores. E a influência dos quadrinhos era nítida: em músicas (como a exposta mais abaixo), em vendagens das revistas, e até em expressões que viraram patrimônio nosso, como a clássica definição de um complô masculino, Clube do Bolinha (que ficou famoso nos gibis pela inscrição "menina não entra").

As histórias de Lulu e Bolinha não possuem uma arte tão refinada (apesar de os desenhos serem bastante graciosos) e nem tramas rebuscadas, mas isso nunca importou: é tudo tão bem amarrado e divertido que é difícil não se deixar levar pelas brincadeiras, trapaças, esquemas, planos, confusões, mal entendidos e todo tipo de aventura cotidiana da turminha de crianças bagunceiras e os adultos neuróticos que as cercam. Conhecidos arcos narrativos são repetidos com frequência e com isso desenvolve-se um delicioso storytelling: histórias de bruxas (Alceia e Memeia) contadas por Luluzinha ao indisciplinado e reclamão Alvinho; Bolinha e seu primo menor Carlinhos; seu Miguel, o obsessivo e quase psicótico caça-gazeteiros; a turma da rua de baixo importunando os meninos do clube do Bolinha (Bola, Juca, Careca e Zeca); o detetive Aranha (Bolinha) versus o pai da Luluzinha (que, incrivelmente, sempre é o real culpado dos problemas); os extraterrestres que são amigos de Bola e só por ele são vistos; tentativas de Lulu e sua melhor amiga Aninha de entrarem no clube dos meninos; e muitas outras situações habituais ou especiais.

Após algumas décadas sumidos daqui (a não ser em republicações específicas e semiluxuosas de álbuns históricos), Luluzinha e Bolinha deram as caras novamente nas bancas há cerca de dois anos, pela editora Pixel. E estão fazendo grande sucesso, com direito a lançamento de especiais (dedicados ao amor do Bola, Glorinha, ao Aranha, às histórias da pobre menininha contra as bruxas...) e duas revistas mensais, que ainda abriram caminho para a republicação de mais títulos clássicos sumidos há eras das bancas do Brasil: os personagens da Harvey (Riquinho, Gasparzinho, Brasinha, Bolota, Brotoeja e afins), muito inferiores a Lulu e Bolinha mas com considerável demanda dos leitores saudosistas.

Mas Lulu e Bolinha não devem ser vistos nesse balaio; são quadrinhos realmente preciosos, muito engraçados ainda hoje, bem bolados, empolgantes. E ainda que haja desenhos animados bacanas (como os expostos abaixo) ou novidades como a em minha opinião pavorosa modernização estilo mangá "Lulu Teen" (que modifica todos os personagens e desvirtua todo o espírito da coisa, além de ser uma produção evidentemente medíocre e oportunista), os quadrinhos da menininha de cabelo encaracolado e boina e o menininho gordo com roupa de marinheiro permanecem a melhor pedida. E é emocionante perceber que, tempos e costumes mudando sempre, essa turminha continuará como sempre e isso não fará dela anacrônica, ultrapassada ou incompreensível, pelo contrário: crianças são sempre crianças.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Grandes animadores: Norman McLaren

Se a animação é criar movimento a partir de desenhos parados, Norman McLaren é um de seus expoentes mais criativos: sua técnica mais famosa consistia em desenhar diretamente na película, fazendo assim uma movimentação bastante peculiar e característica.

Lembro de meu primeiro contato com Norman McLaren: foi em 2007, quando consegui, num sebo próximo à faculdade, um exemplar do querido Os filmes de minha vida, de François Truffaut. Mesmo já conhecendo Hawks, Lang, Renoir, Hitchcock e tantos outros cineastas, nesse livro tive meus primeiros reais contatos com Samuel Fuller, Sacha Guitry, Jacques Doillon... e Norman McLaren.

Apesar de ser um animador famosíssimo, na época eu ainda não o conhecia; e fiquei bem curioso com o texto de Truffaut, sobre um curta-metragem de cinco ou seis minutos estrelado por uma galinha desenhada direto na película do filme! Truffaut dizia que apesar da duração desses filmes, seu diretor era sem dúvida um dos maiores do mundo. Curioso, já que Truffaut foi sempre meu principal mentor na crítica cinematográfica, fui atrás do curta. Eu usava o emule na época, e deixava vários filmes em processo de "baixamento" enquanto estudava de manhã, longe de casa; ao chegar, estava tudo lá me aguardando. Lembro da alegria que era ver três ou quatro filmes curtinhos de Norman McLaren por dia, com sua inventividade delirante, seu aspecto artesanal apaixonante, as possibilidades que eu via nesses curtas, o quanto aquilo tudo era novo e impressionante para mim.

Aos poucos fui vendo tudo o que achava dele. Vendo, revendo, revendo novamente. Em 2008, falei dele num texto da Zingu!. McLaren virou um ídolo meu. Um exemplo de inovação, brilho, gênio. Baixava documentários, via entrevistas, procurava os curtas perdidos (ainda me faltam uns dez).

A empolgação não diminuiu com o passar do tempo. Synchromy, um dos curtas que posto abaixo, continua sendo uma das minhas animações favoritas, e um filme que faço questão de colocar no meu top 100 pessoal. Adoro as brincadeiras que ele faz com o som, a imagem, a duração espaço-temporal de uma nota, a exposição do tempo de um áudio.

Além desse filme (e de outros do tipo, como a série Lines), McLaren fez curtas como o referido por Truffaut (Hen hop), stop-motion (com desenhos/objetos/pessoas, como A chairy tale) e experimentos com música e metalinguagem cinematográfica (como a série Animated motion, em que explica princípios da dinâmica animada). Também fez cinema live action, como suas imprescindíveis excursões ao mundo do ballet. Por Neighbors, critica ácida (mas bem humorada) à guerra, ganhou o Oscar... de documentário curta-metragem! Incansável artista, o canadense dedicou sua vida à investigação das possibilidades da arte da animação, e reconhecer seus méritos não é apenas questão de justiça: é uma constatação evidente a qualquer pessoa que tenha o prazer de conhecer seus trabalhos. A seguir, alguns de seus filmes mais representativos:

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Grandes ilustradores: Ziraldo

É muito difícil falar do Ziraldo.

Todo mundo o conhece, mas sua obra é incrivelmente vasta e variada. Dos poucos desenhos expostos aqui, pode-se ter uma ideia dessa versatilidade: ilustrações de livros (seus ou de outros escritores), cartuns, cartazes e pôsteres (para cinema, eventos e até campanhas de conscientização/educativas), capas... Não há alguma mídia gráfica por que Ziraldo não tenha passado.

Em comum, seu traço extremamente característico. Seja uma chamada da Sessão da Tarde ou um desenho feito na hora (esse Maluquinho ele fez para mim, em segundos), o estilo ziraldiano é inconfundível. Os rostos, bocas, mãos, balões de diálogo, a caligrafia e seus experimentalismos, nenhum outro artista do Brasil ou do mundo tem arte parecida. E isso a serviço de uma expressão artística incansável, há décadas e décadas produzindo bom humor, lirismo literário, quadrinhos, charges, mil coisas.


Ainda que suas opiniões sobre assuntos gerais sejam por vezes controversas (seus comentários sobre o racismo, machismo, Pasquim e ditadura militar etc.), como artista ele é virtualmente incriticável. Extrema beleza, graça e desenvoltura, em trabalhos tão diferentes quanto os desenhos para uma nova edição do lindo Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, seus quadrinhos (desenhados por ele e/ou equipe) como Pererê e Menino Maluquinho, suas brincadeiras eróticas para a Playboy... Ziraldo, esse mineiro cujo nome, como disseram, é em si um excelente pseudônimo, é ilustrador tão especial que até sua assinatura, conhecidíssima, passa por caprichado desenho.


Em seus recentemente completados 80 anos, Ziraldo permanece um dos orgulhos da arte gráfica brasileira. Autor de inúmeros livros premiadíssimos, como O Menino Maluquinho, Uma professora muito maluquinha e Flicts, seus feitos gozam de perene popularidade: as edições vendem bem, Ziraldo não para de dar entrevistas (como a daqui de baixo), não para nunca de trabalhar e de receber as demonstrações de afeto, estima e carinho do público, seus fãs e críticos. Coletâneas de suas obras são constantemente lançadas ou reeditadas, livros, sites e blogs não economizam espaço e elogios para elencar sua coleção de memoráveis peças, patrimônio cultural de grande valor para quem preza desenho e ilustração. Ou, mais amplamente, para quem acredita que é possível transformar uma folha em branco em vida.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Doug

Doug é uma série animada americana bastante popular no Brasil. O segredo para seu sucesso é sua extrema simplicidade: vidas simples, personagens simples. Nada simplório, contudo. Por trás da trivialidade cotidiana das tramas e acontecimentos, todo um mundo se descortina, um pouco o que se passa com Peanuts, onde a todo instante nos lembramos que esse quase minimalismo narrativo é sim uma poderosa fonte sugestiva: em Doug, as personagens vibram e se eternizam por sua perfeita constituição e desenvolvimento.

O personagem-título é um garoto barrigudinho e narigudo que se muda para uma cidade nova (Bluffington) e lá deverá fazer novos amigos e lidar com sua família e com suas pequenas crises de timidez, introspecção e criatividade. Conseguirá satisfatoriamente superar suas fobias e viver tranquilo e feliz? Ao longo dos 52 episódios produzidos pela Nickelodeon, essa tarefa deverá ser efetuada por nosso jovem amigo. E é um prazer acompanhar seus erros, êxitos e tentativas.

Há uma grande verdade em Doug, em seus pensamentos repletos de dúvida, seu inato inconformismo e sua doçura involuntária. No trato com o grande amigo Skeeter (Mosquito) Valentine, na sua involuntária rivalidade com o implicante Roger Klotz, nos seus medos envolvendo constrangimentos escolares, na sua curiosa relação com a "alternativa" irmã Judy, e, principalmente, na sua paixão secreta pela amiga Patti Mayonnaise seus modos e sua cabeça vão sendo revelados ao espectador, que, junto ao garoto, sofre, torce e se encanta com o dia a dia daquela localidade, com essa incompreensão própria da infância/começo da adolescência, com o caráter admirável de Doug e sua capacidade de imaginar problemas (ou solucioná-los). É agradável e inspirador vê-lo às voltas com suas aventuras, no colégio, em casa escrevendo seu diário, sonhando seus alter egos (Homem Codorna, Smash Adams etc.), brincando com o cachorro Costelinha (Porkchop) ou em qualquer outro ambiente, sempre importante para ele e, claro, um passo evolutivo em sua jornada.

Meus episódios favoritos são aqueles em que Doug está sozinho com Patti (como este), temendo desagradá-la, feliz por estar com ela por perto, receoso de declarar-se inoportunamente. A tensão entre os dois, o carinho evidente de ambos e as possibilidades do casal são uma combinação magnífica, ressaltada pela delicada animação da equipe de Jim Jinkins (criador do desenho), com suas cores calmas e expressiva movimentação de corpos e rostos. A naturalidade é tanta que por vezes parece que a animação nem existe, que aquilo tudo, com pessoas coloridas e caricaturadas, é uma filmagem de um acontecimento verídico. E não o é? A honestidade de Doug é que permite que essas criaturas nos fascinem e interessem. E, assim como Don Quijote não é apenas um herói de papel, Doug existe também fora de seu mundo desenhado.

A Disney adquiriu os direitos da série e fez dezenas de episódios de continuação, alterando fatos e personagens do universo "douguiano". Infelizmente isso amenizou a sinceridade do relato e transformou a coisa numa simples novelização de dramas adolescentes, ao gosto de tantos seriados teens da moda. Mas a série da Nickelodeon permanece como um testemunho de arte insuperável no retratar do nosso mundo numa época da vida em que não temos consciência da grandeza das coisas pequenas. E não importa se já fomos ameaçados por um valentão na aula ou se ficamos um dia inseguros de comer na casa de nosso alvo romântico, se precisamos fazer ballet ou ouvir as histórias do vizinho, e nem se estamos entediados numa viagem com os pais ou nervosos com um tipo de alimento — tudo isso poderia ocorrer conosco, e em tudo isso nos reconhecemos em Doug.

Vídeos: a genial abertura do programa, um clipe da célebre banda Os Beets e a canção que Doug compôs para Patti (mas ela não pode nunca saber que essa música existe!).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Deep Purple

O que faz a identidade de uma banda?

Ao contrário de artistas "solo", bandas nem sempre possuem uma evolução analisável: além das tendências de mercado e coisas habituais a qualquer músico, elas sempre lidam com trocas de integrantes e outros fatores que podem ou não descaracterizá-la, torná-la um simples "selo", um monte de gente tocando junto sob um nome qualquer, que não diz nada realmente.

Aí deparamos com Deep Purple, banda inglesa fundada em 1968 e que teve incríveis oito formações (ou "marks") diferentes. São elas:

MK I - Rod Evans (vocais), Nick Simper (baixo), Jon Lord (teclados), Ian Paice (bateria), Ritchie Blackmore (guitarra)
MK II - Ian Gillan (vocais), Roger Glover (baixo), Jon Lord, Ian Paice, Ritchie Blackmore
MK III - David Coverdale (vocais), Glenn Hughes (baixo, vocais), Jon Lord, Ian Paice, Ritchie Blackmore
MK IV - Tommy Bolin (vocais, guitarra), David Coverdale, Glenn Hughes, Jon Lord, Ian Paice, Ritchie Blackmore
MK V - Joe Lynn Turner (vocais), Roger Glover, Jon Lord, Ian Paice, Ritchie Blackmore
MK VI - Joe Satriani (guitarra), Ian Gillan, Roger Glover, Jon Lord, Ian Paice
MK VII - Steve Morse (guitarra), Ian Gillan, Roger Glover, Jon Lord, Ian Paice
MK VIII - Don Airey (teclados), Steve Morse, Ian Gillan, Roger Glover, Ian Paice

Essas formações eram alteradas conforme as conveniências da época. Umas duravam mais, outras duravam bem menos. O "marco" VI foi apenas durante uma turnê, não tendo lançado nenhum registro oficial, o V legou apenas um álbum de estúdio e o II repetiu-se em duas ocasiões. Com exceção do MK IV, todas as formações tiveram obrigatoriamente entre seus componentes Ritchie Blackmore (um dos fundadores da banda) ou Ian Gillan. Ian Paice é o único membro que esteve com a banda durante toda a sua existência.

As razões para tantas mudanças são muitas. Por exemplo, a formação inicial, mais voltada a um som de forte influência erudita (afinal, Jon Lord, então líder da banda, é músico de formação clássica), não durou tanto porque, sabemos, é normal uma banda de jovens ser lançada "no impulso", sem tanto planejamento, afinal; ao longo dos anos na estrada, a banda vai se modificando até alcançar o entrosamento perfeito entre seus membros e seus planos musicais. Curiosidade: Rod Evans, o primeiro vocal, tentou montar nos anos 80 um "falso Deep Purple", usando o nome da banda em várias apresentações que nada tinham a ver com o Purple "oficial" — aproveitando-se para isso da coincidência que foi a "extinção" do verdadeiro Deep Purple entre 1976 (MK IV, imediatamente após a morte prematura de Tommy Bolin) e 1984 (MK II-b, ou seja, o primeiro retorno da formação possivelmente mais clássica da trupe).

Os vaivéns de Blackmore e Gillan são explicáveis por uma simples mas constante "guerra de egos". Músicos alegadamente temperamentais, suas brigas motivaram esses frequentes remanejamentos, culminando com a definitiva saída de Blackmore em 1993, ano em que Joe Satriani serviu de "estepe" para a banda durante uma turnê em que não se havia ainda contratado efetivamente um novo guitarrista. Blackmore, durante a década de 70 e 80 e após partir de uma vez por todas, dedicou-se principalmente à sua genial banda Rainbow. Nos períodos em que não estiveram na banda seus outros integrantes também concluíram outros projetos: Ian Gillan Band, Whitesnake (que chegou a reunir Coverdale, Lord e Paice, quase um segundo Deep Purple) etc.

Mas o que mais impressiona é que, de alguma maneira, a identidade do Deep Purple (nome advindo desta música de Bing Crosby, velha favorita da avó de Blackmore) permaneceu íntegra durante todas essas décadas e formações. Dá para sentir que a funkeada fase Coverdale-Hughes não era em estrutura tão diferente das diversões de escala de Blackmore com Gillan e Glover, e os teclados de Jon Lord sempre flertaram com o erudito e com sua particular visão de velocidade e ritmo, perceptível também em seu último e brilhante álbum Beyond the notes, quando já não fazia mais parte da banda. Ian Paice também sempre deu aquele familiar tom de afeto a cada canção e apresentação, contribuindo com grande empenho e talento para a identidade Purple. A chegada de Steve Morse muda um pouco o cenário até então dominado por Blackmore, mas, encontrando seu rumo na banda, Morse também ficou inegavelmente com uma "cara" de Deep Purple, bastante diferente de seu trabalho com a Steve Morse Band.

É um fenômeno a se estudar. Mas o que interessa saber é da música, e nisso Deep Purple sempre errou muito pouco. Quase todos os seus discos são testemunhos de uma profunda vitalidade e empenho com a beleza e a expressão, a força da música, a potência do som. Apenas para ilustrar esse fenômeno curioso e fascinante, seguem cinco (ou seis) músicas das mais belas já compostas/gravadas pelo Purple, todas não apenas de álbuns diferentes, mas também... de formações diversas! Respectivamente, canções do MK I, MK II, MK III, MK IV e MK VII.