terça-feira, 10 de julho de 2012

Grandes animadores: Paul Grimault

O francês Paul Grimault dedicou praticamente toda a sua vida à animação, e no entanto não fez mais que uma dúzia de obras. Realizador bissexto, alguns de seus trabalhos possuem entre eles intervalos de cinco, dez, quinze anos (ou mais!). Creio que não apenas a evidente falta de incentivos (financeiros, críticos etc.) ocasionou esse diminuto corpo de trabalho, mas também uma consciência de integridade inabalável: é melhor legar poucas e boas obras do que inundar a carreira com mediocridades. Paul Grimault seguiu esse princípio e sua fama se deve a seu honesto talento, livre de concessões e pressões tolas.

As animações que dirigiu, entre 1931 e 1980 (cinquenta redondos anos), são bastante reconhecíveis pela delicadeza da moral, o traço entre o cartum e o lírico, a engenhosidade das tramas e a simpatia das personagens: crianças, apaixonados, loucos, suas criaturas são pequenos modelos de comportamento em um mundo que as hostiliza mas que elas enfrentam e vencem, impondo com certa doçura uma ordem mais adequada.

Em 1988 seus curtas foram agrupados em um filme com dedo do grande diretor Jacques Demy (ele mesmo bastante sensível aos anseios da narrativa infantil, como demonstrou no seminal "Pele de Asno"), chamado La table tournante. Também ficou conhecido seu Le roi et l'oiseau, longa em que adapta Andersen e com o qual encerra suas atividades; o longa se encontra no YouTube, bem como quase todos os seus curtas, dos quais uma amostra está abaixo.





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