domingo, 28 de outubro de 2012

Grandes animadores: Winsor McCay

 A "paternidade" da animação cinematográfica é normalmente creditada ao mítico Émile Cohl. Mas foi talvez Winsor McCay que, nos primórdios dessa arte, conseguiu desenvolvê-la ao ponto de criar inconsciente e involuntariamente inúmeras escolas que o seguiram e o seguem ainda hoje. Um dos prêmios mais famosos dados aos animadores (inclusive a Andreas Deja), o Winsor McCay award é um justo reconhecimento a um brilhante artista que não só foi um desbravador de caminhos, um pioneiro, mas um entusiasta inigualável, um daqueles visionários que tanto labutam em sua área de atuação que criam um padrão de excelência.

Winsor McCay é também célebre por ser o autor do seminal quadrinho Little Nemo in Slumberland. Um dos personagens mais influentes da arte sequencial, o menininho que ao adormecer adentra terras mágicas e surreais continua sendo uma quintessência da beleza gráfica narrativa, influência e inspiração de autores tão diferentes e tão geniais como Robert Crumb e Moebius. Na Itália há um selo editorial chamado Little Nemo, dedicado a obras sobre quadrinhos. No dia 15 deste outubro todo o mundo pôde ver a homenagem que o Google fez aos 107 anos desse espantoso ícone cultural. Até mesmo aqui no blog ele já havia sido citado!

No campo da animação, Winsor McCay não é menos influente, e seus curtos filmes impressionam pelo vigor do traço, a força do movimento definido, a beleza da composição. Dinossauros, aborígenes, até mesmo seu pequeno sonhador dão as caras no meio da fantasia de seu artista, que inclusive aparece em seu mais clássico momento apresentando a uma plateia de céticos seu maravilhoso engenho em fazer imagens se moverem!

O cinema de Winsor McCay é curto mas extremamente profundo. Mike Leigh colocou em seu top 10 filmes o curta How a mosquito operates, de apenas cinco minutos. A duração não importa muito: em minutos McCay podia criar mundos que cineastas e animadores menos capazes só conseguiam reproduzir, parcialmente, em épicos de muitas e aborrecidíssimas horas. Como se pode observar na pequena amostra de sua magnífica imaginação, a seguir:

6 comentários:

Lúcia disse...

Muito bacana! E adorei o doodle, achei muito bom! Ainda bem que comentaram comigo porque raramente entro no google (pesquiso direto no chrome)... Mas esse eu consegui curtir no dia mesmo :)

Filipe Chamy disse...

Eu via mais, mas também ando totalmente relapso. Mas esse especificamente foi muito comentado, e com toda justiça. Muito bom homenagearem esse grande artista que foi o McCay. Melhor doodle ever?

Anônimo disse...

E não há uma editora nacional que publique um encadernado com seleção de Little Nemo!

Filipe Chamy disse...

E se tivesse teria que ser num formato ENORME, como aquele Krazy Kat da Opera Graphica. Pequeno não rolaria nunca, seria mutilação.

Anônimo disse...

O problema são os chatos que teimam em chiar quando publicam obras de luxo. Nemo deveria ser publicado, realmente, em formato tabloide, por uma editora acostumada a editar obras de luxo! E valeria cada centavo. A Quadrinhos na Cia fez ótimos trabalhos com Art Spiegelman em formato gigante. A "sucessora" da Opera Graphica, a Kalaco, não me agrada (infelizmente...). Mas é um grande mistério a não edição de nada assim!

Filipe Chamy disse...

Sim, ainda mais considerando que é um dos quadrinhos mais famosos de todos os tempos!